quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

1-FRAGMENTOS DE MEMÓRIA

Neve, com certeza é algo muito bonito, branco, um branco sem comparação, porem, naquela noite, o branco da neve havia se misturado com o vermelho do sangue.

O sangue que escorria pela neve não era o meu, mas sim o sangue de alguém muito importante e , posso dizer com toda a certeza que era insubstituível. Meu pai, caído na neve, sangrando em razão da mordida de um vampiro desgraçado. Suas presas sujas de sangue saltavam por sob o seu lábio e seu olho também estava avermelhado. Isso não me deu medo, mas sim fez nascer m sentimento que antes eu não conhecia, era o ódio, algo tão forte quanto o sentimento que me ligava ao meu pai.

Aquele vampiro encarou-me nos olhos por algum tempo e com uma voz sarcástica perguntou-me:

  • Ora ora! O que foi garotinho? Esta assustado?

No momento que terminou de falar, o vampiro desgraçado começou a vir em minha direção e com os olhos mais vermelhos ainda. Eu, movido pelo ódio e pela adrenalina, empunhei a arma anti-vampirica que pertencia ao meu pai e atirei contra o vampiro. Uma arma anti-vampirica ( propriedade exclusiva de caçadores de vampiros) pode matar um vampiro, alias, é pra isso que ela serve, mas apenas se atingi-lo em dois lugares: o coração, ou a cabeça. Ainda naquela época eu não tinha noção disso, então nem me preocupei em mirar, então o acertei no ombro. O vampiro com o impacto do tiro cambaleou e caiu, mas não demorou muito para levantar. Sua expressão era de menosprezo, começou a rir, seu ferimento cicatrizava rápido. Com certeza era um ser avançado, porem desprezível.

Voltou a caminhar em minha direção, e entre risos, falou:

  • hum! Um garotinho durão não é? Mas você ainda e apenas um moleque. De-me seu sangue!

Ele me deu um tapa e me fez cair, então fiz uma bola de neve e o acertei no rosto,isso o fez ficar irritado, com um movimento só me pegou pelo pescoço e gritou:

  • Chega de brincadeira, cansei! Agora você vai mo...

Antes de terminar a frase e de me deixar sem ar, o vampiro foi decepado com apenas um só golpe de espada. Assim que consegui me livrar do corpo sem vida do vampiro, consegui avistar a pessoa que havia me salvado.

Era uma mulher muito bela, com um vestido vermelho longo, cabelos pretos compridos, olhos verdes claro e uma espada serrilhada que por incrível que pareça não estava suja de sangue.

Ela olhou com uma expressão acolhedora e perguntou-me:

  • Esta tudo bem?

Na hora não consegui dizer nenhuma palavra, percebendo isso, ela disse:

  • Não se preocupe... era apenas um ser “inútil”, pelo menos esse não causara mais problemas. Seu pai recebera cuidados. Venha comigo por favor.

Então a moça ofereceu sua mão e eu a peguei. Sua mão estava quente, nesse momento me veio uma sensação ótima de segurança. Me levou até um carro que estava estacionado em um lugar próximo e pediu pra que entrasse. Enquanto eu a esperava no carro, ela fumava um cigarro la fora, estava com um semblante pensativo e preocupado. Assim que acabou o cigarro ela entrou no carro, tirou um pouco da neve que havia ficado no cabelo e então deu a partida.

Passaram-se aproximadamente vinte minutos de silencio total dentro do carro, até que olhou-me pelo espelho retrovisor e com um breve sorriso perguntou-me:

  • Oh! Desculpe, com tudo que aconteceu não podemos nos apresentar. Me chamo Jullie e você?

Parecia que as palavras não saiam da minha boca mesmo que eu quisesse falar algo e então eu permaneci mudo diante da pergunta dela. Mas ela não desanimou mesmo assim continuou a falar:

  • Vejo que esta preocupado com seu pai, mas conhecendo o Dave, ele ira sair dessa. É um cara difícil de se entregar.

Dave é o nome do meu pai. Quando ela tocou nesse assunto, algo aconteceu comigo e automaticamente a questionei:

  • Como você conhecia meu pai?

Com um semblante tranquilo ela me respondeu:

  • Hum! Então resolveu conversar? Bem, seu pai e eu eramos colegas na unidade de treinamento 541, a gente conversava um pouco. Mas não eramos íntimos. Apenas colegas.

Ainda haviam coisas que eu queria perguntar a ela, mas eu estava esgotado, então acabei dormindo no carro até chegarmos ao destino, que eu ainda não conhecia. Fui acordado por Jullie pouco tempo depois, com um sorriso sereno disse:

  • Acorda dorminhoco. Chegamos.

As palavras, o sorriso, o semblante , ou seja, o jeito dela não lembrava em nada a frieza que ela teve quando executou aquele vampiro. É como se não fosse a mesma pessoa.

Quando sai do carro, de pronto eu avistei um prédio enorme, acho que eu nunca tinha visto antes um prédio tão alto. Então perguntei:

  • Onde estamos?

  • Nós estamos no prédio que pertence a associação dos caçadores de vampiros, é aqui que esta todo o nosso comando.

Eu não sabia o que dizer, afinal eu não sabia qual era a intenção dela me levando para la. Logo entramos no prédio, eu apenas a seguia, ate que ela virou pra min, com um semblante agora bem mais serio e perguntou-me:

  • bem você deve estar se perguntando o porque de te trazer a um lugar desses né?

  • Sim.

  • Quero que conheça um pouco de como funciona o nosso mundo, o mundo de quem esta destinado a caçar aqueles vampiros que passam dos limites e não respeitam nossos acordos.

Ela fez uma pequena pausa para ver se eu iria falar algo. Percebendo que não, ela completou:

- bem... diante de tudo o que aconteceu, acredito que queira matar vampiros não é? E então? Quer se tornar um caçador assim como nós? jhonnye.

1 A unidade de treinamento 54 é um local onde caçadores de vampiros praticam tiro ou até mesmo combate com espada.